Todas as formas de amar experimentei. Em todos os lugares andei, em sonhos que foram meus. Não sei se houve lugares que deixei a alma. Sinto que me sinto despido.
Sinto essa ausência própria de mim. Procuro-me, no mais profundo de mim. E nada encontro. Parti sem me despedir. Parti para lugares que desconhecia. Alguém ficou com a minha alma. Não sei quem, nem aonde.
Sinto que não me tenho. E nessa minha simplicidade consigo olhar dentro de mim. E vejo uma criança perdida, algures, do outro lado do mundo. De um mundo que criei a minha volta com várias personagens, máscaras de figuras que conheci em lugares aonde nunca estivera. Fui das cartas que nunca cheguei abrir. Das músicas interrompidas, dos beijos soltos ao sabor do vento. Fecho os olhos e vejo a minha alma do outro lado da rua, acenando-me melancolicamente. Tentando dizer-me algo.
Um homem sem alma, um olhar sem brilho, olhos cegos, deixando apenas o coração ver. Mas eu parti para bem longe de mim. Assim como o luar despede-se da terra eu parti sem mim e não sei quando voltarei. Talvez um dia quando encontrar a minha alma aonde se despediu do meu corpo. Nesse lugar distante. Lugar que me sente.
Um homem sem alma
Como uma concha vazia
Uma árvore despida, sem folhas
Uma voz sem eco
Um túnel sem fundo, esperança morta e silenciosa.
Uma lágrima como a chuva que cai sem direcção. Um coração como o deserto. Vago
Sem alma nada somos. Somos o nada que nos abraça a vida.
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