Sexta-feira, 28 de Outubro de 2005

Encontra-me um amor.

Naquela manhã ela acordara de um sono profundo. Desejava mudar de vida, mudar o rumo da sua vida. Desejava amar alguém que tivesse sentido o amor logo no primeiro olhar, no primeiro gesto. Tudo que ela queria era mudar de vida. Sentir o aroma de outro beijo, o cheiro de outro corpo. A certeza das incertezas, as dúvidas todas abafadas e encontradas as soluções que buscava nos labirintos da vida. Exclamou algo impercetiptível. Sonhara com que não se lembrara. Queria conhecer o destino. Queria abraçar o incógnito. Queria ser rainha de um reino feito de amor. Já não queria as lágrimas que lhe secassem no rosto.
O tempo avançava sem pedir licença a vida... Ela queria decidir algo que lhe desse outro rumo, outro sentido a vida que levava. Não era feliz, mas insistia numa felicidade que talvez não lhe pertencia. Quando nascia um novo dia, tinha esperança que seria diferente. Que talvez esse amor que ela demonstrava ou não fosse amor, mas sim acomodação de um sentir que espera a chuva da esperança, da mudança. Talvez um dia tudo seja diferente, essa talvez seria a frase que mais adorava de pronunciar interiormente. Quero partir e ficar ao mesmo tempo. Quero mudar e manter-me fiel a tudo que me rodeia. Pois eu julgo que não se muda se realmente não o queremos fazer.
As vozes pela manhã, faziam-lhe doer a cabeça. Acordou no seu real, no mundo que a rodeia. Esse mundo que lhe faz sentir muitas das vezes ausente, distante. Esse mundo feito de pessoas e sentimentos reais, não como no sonho, esse sonho que lhe perseguia a alma. Pensar que tudo poderia ser diferente mas manter a mesma rotina é um tédio que descontrola a própria vontade de viver. Talvez seria como as flores que recebem água quando os donos se lembram. Têm as folhas amareladas pelo o Sol, algumas têm as raizes mortas a espera de um simples toque. As flores desejam a água ela deseja um novo amor. Algo que a faz sentir mulher em todos os sentimentos. Mesmo que seja uma aventura... Algo que a faça brilhar os olhos. Simplesmente ela queria mudar. Queria ter outro mundo, outros mundos, queria chegar a galáxia do amor e encontrar um grande amor. Queria voar nas asas de um anjo, queria sorrir sem medo de mostrar o sorriso. Poderemos vencer os obstáculos ainda que sejam superiores a nós, basta o querer... Mas nesse querer reside a indecisão.
Talvez seria o medo do incógnito, que a deixasse perdida nas suas decisões, talvez seria simplesmente o medo que lhe consumia a alma. Ela seria o seu próprio obstáculo, os seus actos. Mas algo a mantinha fiel aquelas quatro paredes. Os retratos, os móveis que compunham a casa, as teias de aranha esquecidas a um canto, ela tinha uma vida e essa seria a vida que lhe mantinha fiel ao que lhe rodeia. Mas a hora da mudança tarda em chegar e um anjo quando pede um segundo da nossa vida devemos simplemente entregar-lhe a nossa a vida.





O tempo passa como o vento numa noite de tempestade. O vento revira as folhas secas no chão, o tempo revira a vida, vai e não volta.

publicado por Ejamour de Carvalhais às 17:44
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De Anónimo a 10 de Novembro de 2005 às 10:59
Sei que cada dia que passa sem romper com esta forma de vida que levo, te perco, e é esse o meu maior medo, que me faz mergulhar numa tristeza quase tão violenta como o próprio amor que sinto… Agarrada a uma vida que não desejo, vejo-te cada vez mais distante, compreensível o teu desejo de auto protecção, lamentável o momento escolhido… A decisão que me cobras é mais que aceitável, mas os motivos desta demora e a forma delicada como tudo tem de ser tratado também é, sei que a tua sensibilidade vê isso, mas o homem não… Não duvides que o meu desejo de voar é imenso… o desejo de voar nas asas de um anjo… que és tu…SHINE
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