Um corpo
Crucificado
Lágrimas de uma biblia aberta
Despojado
Torturado
A tua luz não conseguimos tirar de ti
Santo Espírito Santo
Uma túnica sagrada cobre o caminho da salvação
Gosto de ti assim.
Com a lua invejada e ciumenta
Com o vento entrelançando a poeira vespertina
nos olhos cegos e mortos de lágrimas sem nome
Tua essência
minha essência
Aonde os anjos adormecem marcamos um encontro.
De ti
Espero tudo
a salvação
o perdão
Os beijos cessam
Atravessam
Almas
Numa calmaria interessante
Incessante.
Despida, são obras de poemas
Abraçadas a quadros sem pintores
A poemas sem poetas
Até a madrugada chegar com olhos de aurora.
Os natais são diferentes em alguns lugares do planeta
Coloridos e reluzentes em alguns tristes e enfadonhos em outros.
Enfeitam-se ruas, limpam-se estradas, pintam-se árvores
e correm-se para lojas... Consumos exagerados
exacerbados. Na religião espera-se o Salvador, Jesus Cristo
e seu nascimento, oferenda dos três reis magos, segundo a profecia,
numa manjedoura com o feitio do meu coração.
Lá fora perto de mim, mesas vazias, olhares cabisbaixos,
corações abertos.
Há palavras que trazem os abraços perdidos na memória do tempo.
Qual cobertor aconchegante...
Qual lua encantadora.
Desconcertante poema
Emblema de uma nação .
Partiu um coração.
Vejo-te de olhos fechados
Tenho o peito aberto
Dorido
Sofredor... Sorrisos de lágrimas.
Vejo-te com os olhos de girasol, colorindo como o arco-íris. Tilintam gotas de água, salpicos de amor, de sereias que se despem num rio de água salgada.
Vejo-te agora num raio de sol
Um abraço.
Foram-se as palavras
ficaram os abraços, tempestades de sentimentos
aglomerados num baú envelhecido.
Hall de entrada, de retratos que amam uma casa,
puxadores nas portas de várias mãos, de vários olhos
vedados, dois braços abertos, um abraço que se esconde,
lágrimas amanhecem
caem como folhas secas
tilitam como gotas de água de uma torneira mal fechada.
Adeus sem palavras
silêncio sentido, no logradouro esverdeado,
vidas como um baloiço, carrocel imparável.
Talvez amanhã... Em plena madrugada, ouvir-se-á a voz
do abraço.
Minúsculas lágrimas, caem no rosto enrrugado,
travesseiro esquecido.
Espasmos musculares, suores frios numa noite quente
Toma o meu corpo... Não me pertence.
Dá janela entreaberta, luar triste e tímido ilumina o quarto triste.
Paredes escuras abrem-se de recordações, de alegrias soltas.
Adeus... Amanhã voltarei... A mesma hora, no mesmo dia,
desta vez não será no passado mas sim no futuro e tudo será
diferente.
O cacimbo das palavras
Abraço teu
Meu
Vem, deita-te no meu colo.
Aconchega-te
Sente-me
Sente-te
Reciproco sentimento
Emoções
No meu silêncio
Protejo-te
Protejo-vos
Um momento
Com o teu nome.
"Vais deixar
que me pisem,
que me humilhem,
que me tirem a dignidade,
Vais deixar?
Faça-me como uma planta em pleno deserto
Faça-me como uma vela acesa desafiando
o vento.
Vais deixar
que me desvalorizem (pessoal e profissionalmente)
que me tirem o que é meu, só meu e que me deste...
Vais deixar que eu morra por dentro
lágrimas secas repletas de dor.
Vais deixar
que eu sinta o preconceito e as escolhas
Essa vida não é minha... A ti pertence.
Por isso
Faça-se em mim a Vossa vontade.
Diz-me aonde vais e eu Seguir-te-ei."
É noite de vento... Sem temporal e trovoadas.
De gatos nos telhados,
de árvores que se despem como amantes
que traem o amor que dizem que amam.
Conflitos internos, de pensamentos que voam,
separação presente de vidas que insistem viver
dentro de vidas abertas para o mundo
Amanhã, a mesma hora, do dia diferente
os sentimentos lutam a margem da aceitação.
Quando parece claro
luzes se apagam no intercalar
da noite quando a lua se despede
para o dia seguinte.
... Passeio por ruas cobertas de almas que amam,
que choram a poesia das almas desencantadas.
Julgo, e julgam-me como folhas de livros brancas
escritas por poetas mortos entregues ao esquecimento.
E no natal nas luzes que enfeitam as ruas das cidades
mundiais, vejo olhares sem nomes, rostos sem frases,
aqui e do outro lado da rua, o mesmo semblante,
as mesmas lágrimas perdidas ao sabor dos foguetes,
fogos de artificio, iluminam o Céu encantador.
O filho de Deus novamente nasce e renasce nos corações
abertos. O renascimento alimenta a Fé.
Passeio dentro de mim como um vagabundo triste, filho das
ruas desertas, de árvores despidas. Não tenho inspiração
para falar de amor, minha boca triste e fechada como
uma ponte partida, sem ligação, sem transição.
Fluem-me as palavras nesta hora que penso o natal
como a luz que alimenta o ego, a esperança, a renovação,
a salvação.
Um minuto sem ti é um fim eterno.
Toma a minha mão, entrega o teu amor.
Vem e deita-te na minha alma.
A poesia do teu corpo, enfeita os olhos dos anjos
escrevendo palavras de amor que enfeitam as estrelas
beijando o Céu apaixonamente.
Linhas e curvas, amando-se mutuamente,
continuamente. Interligando-se eternamente.
Das tuas lágrimas provo a dor da tua alma,
o sabor do teu amor.
Em ti espero o que procuro. A doce liberdade...
De peito aberto, grito o amor, o amor na tua alma
rebelde, única de ti.
Toma o meu amor, nas tuas mãos, dá-me a tua
fragilidade, dorme debaixo das minhas asas,
protecção sentida.
E quando procurares por mim, e não me
encontrares procura-me dentro de ti.
Estarei como um anjo que te protege.
Trago-te os momentos felizes, a luz que
te ilumina os teus passos desalinhados, a Fé
adormecida.
Acorda... É hora de sentir o amor a percorrer
a tua vida, como vento forte que bate a tua janela,
revirando-te, consumindo-te.
Acorda, acorda, os minutos, as horas, passam,
toma o amor, guarda-o...
Dentro de ti, aonde conseguires alcançar.