Sábado, 28 de Janeiro de 2006

Um beijo no teu coração.

"Acordei e pensei que quero beijar-te o coração para sentires o amor que te poderei dar..."


Esta frase li e reli nos teus olhos, quando cruzei contigo nos meus sonhos. Não te quero perder o rasto, quero seguir-te como um fiel seguidor de uma doutrina que nunca se esquece, apenas mantém-se. É deveras sofredor o nada em mim sem ti aqui. Passeio a alma algures, não sei se me sentes dentro de ti por isso quero-te beijar o coração.


Abre o coração, sente o quente dos meus lábios, sente-me... Sim sente-me, eu sei que talvez possas me compreender que tudo isso não é apenas um desejo mas sim um sonho real, tão real como a chuva que cai sem direcção. Eu sou incerto tão incerto que não sei de mim... Sem ti sou tenho pedaços de mim que pairam no Céu, que atravessam montanhas que se perdem no vento como as cinzas, minhas cinzas, minha fogueira acesa.


Um beijo no teu coração. Um beijo e eu dir-te-ei tudo. Todos os sentires nesse simples gesto. Vem trás o coração e sente o meu beijo quente. Esse beijo de amor.


publicado por Ejamour de Carvalhais às 11:52
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Quinta-feira, 19 de Janeiro de 2006

Magia das coisas simples.

Oiço uma voz sussurrando no meu ouvido, de ninguém, de alguém? Do vento forte despindo árvores... Do cheiro intenso dos eucaliptos. Das pétalas que se abrem deixando-se consumir pelos olhares atentos do mundo.


Permaneço, neste lugar de vários nomes. De teias que enfeitam os cantos das paredes. Percorro a sala deserta, despida de móveis, descalço vou até a rua, abro a porta nada vejo, sinto alguém que me tenta tocar... Ou alguém que se afasta de mim.


Morri, mas estou vivo, esta aparência que mostro, um fogo extinto, ou uma vela acesa que desafia o vento.


Hoje deixei-me levar, nas palavras vazias que adormecem em mim. Hoje deixei que as ondas do mar me lavassem a sujidade do corpo, me lavassem a alma da dor.


Hoje deixei que tudo em mim fossem estas palavras. Não sei se terão a magia das coisas simples.  


publicado por Ejamour de Carvalhais às 13:49
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Quinta-feira, 12 de Janeiro de 2006

Espelho partido.

raivadanjo1.jpg 

(imagem retirada da net)

O tempo amarrou-me a alma


 


Despiu-me.


 


Nu, percorri ruas desertas


 


Ninguém me ouve...


Ninguém me dá esse abraço que procuro


 


Passeio entre o Céu e a terra,


conchas a beira-mar pinto-as com o teu


sorriso o teu rosto angelical que só


vejo nos meus sonhos.


 


Passeio, vagueando de olhos vendados,


deixo sempre o coração ver


 


Por isso quando amo... Amo mesmo...


 


Essa intensidade que me revira


e muitas vezes se transforma em dor.


 


Nem sempre o espelho do amor


reflecte o meu sentimento.


 


publicado por Ejamour de Carvalhais às 09:27
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Segunda-feira, 9 de Janeiro de 2006

Jamour... O menino que se fez homem.

 

Era uma vez á muito tempo atrás uma adolescente escondia a gravidez do seu pai, insuportavelmente aguentava as quezílias familiares. Na tradição dos tempos, seria inconcebível engravidar sem casar. Ainda o é em alguns casos. Naquela terra distante de guerra, de sofrimento e pânico geral, a adolescente suportou a gravidez escondida, até que o menino resolveu sair e olhar o mundo, decidiu sentir a vida da terra. Quando nasceu o menino não foi aceite, fora rejeitado pelo pai da adolescente, mas logo mudara de opinião e de atitude… Passara aceitar o menino que além de ser neto, o menino o chamaria de pai. Porque o verdadeiro pai, teve de emigrar para Europa visto que a situação de guerra se instalara em Angola deixando para atrás o filho que nunca chegou a conhecer na altura. Só mais tarde conheceria o menino que hoje se tornou homem. Quando tinha 15 anos e resolveu ir a procura do verdadeiro pai (e o conheceu) sozinho cruzou o oceano, sozinho chegou a Portugal e sozinho tem vivido ao longo destes anos todos.


Os anos vão passando, num ciclo que é a vida. O menino já não é menino tornou-se homem, vive sozinho algures no Algarve. Hoje o homem sente saudades da terra que lhe viu nascer que ainda chegou a conhecer. O menino que se tornou homem tem sobrevivido a vida que lhe deram naquela madrugada de Janeiro do dia 9. A mãe ficara em Angola, o pai reside no Algarve, separados pela guerra, ambos mudaram as suas vidas, seguiram-nas de acordo com o tempo. O que lá vai, lá vai… Resta um dia a sentença da vida. Todos nós temos os nossos juízes que compõem as nossas vidas. O menino que se tornou homem vive e sobrevive entregue ao tempo, com as saudades da mãe, da terra, das pessoas que um dia conheceu num tempo que já passou pela sua vida.


Para quem me deu a vida, agradeço profundamente… A ti mãe que suportaste tudo e todos, que lutaste para que eu vivesse, nem tenho palavras para te agradecer, apenas dou-te o meu coração e faz dele a tua morada. Aqueles que sempre me têm acompanhado ao longo destes anos todos, igualmente agradeço profundamente. O menino que se tornou homem, sou eu. E hoje faço anos. ;)


publicado por Ejamour de Carvalhais às 15:10
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Sexta-feira, 6 de Janeiro de 2006

...

 

Procurei as vestes de um anjo


Numa casa abandonada em cima de uma


montanha para me cobrir do frio da


solidão.


Saciei a sede com as lágrimas do


anjo.


Perdi-me na escuridão da vida


Cantei o amor dentro de mim


Três estrelas seguidas que


pernoitam no Céu, nunca se separam,


alguém já as viu?


A fonte do desejo saboreia os


sentidos perdidos, algures,


num lugar esquecido.


Procurei a fonte do amor, água


límpida e pura, doce veneno


que me cativa.


Aonde me encontro não me sinto,


aonde me sinto não me tenho...


publicado por Ejamour de Carvalhais às 12:26
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Quarta-feira, 4 de Janeiro de 2006

O silêncio das árvores.

 

 


Caminho, no silêncio da madrugada sentida. Sinto o frio a entranhar-me o corpo, tocando-me nos ossos. Invade-me um arrepio. Sem vento as árvores nada dizem, têm as folhas mudas. As madrugadas têm outro sentir, uma estrela cadente invadindo, o Céu de uma noite que foi apenas mais uma noite. Passeio pelas ruas desertas, como que se fosse o único habitante deste planeta.


Estou só… Há muito que me sinto assim... Como uma árvore perdida, despida na planície longínqua.


O silêncio das árvores, numa madrugada singela, neste novo recomeço da vida, deve ser sentido. O cântico de um pássaro, o latir de um cão, enfim alguém atravessa junto a mim, a mesma estrada com que se deleita a vida. Tenho-me somente a mim e estas palavras que me saem de dentro, nesta madrugada, junto ao silêncio das árvores.


 


 


04 de Janeiro de 2006 as 06.30 da manhã


publicado por Ejamour de Carvalhais às 14:28
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