A porta estava aberta, junto a porta vasos de plantas que resistem ao tempo. Flores embriagadas pelo sorriso das crianças. O véu num rosto, um sentir guardado. Esse tempo que procuras só pode ser teu. Preserva-o.
Dentro da casa, na sala, retratos fixados na parede. Móveis meticulosamente arrumados. Nos quartos, camas desfeitas de uma noite de sonhos. As crianças passeiam no enorme quintal, nas brincadeiras diárias, brincadeiras inocentes, infantis.
É hora do pequeno-almoço, um beijo no rosto, um afago no cabelo. Uma mão deliciosamente limpa as lágrimas de uma das crianças que aleijou-se sem querer. Um corpo cansado das mágoas que a vida conheceu. No chão de um dos quartos um tapete bordado com a palavra amor. Esta magia ao acordar e sentir nos pés o amor entranhando no corpo, beijando a alma sofrida. Este corpo conheceu a dor tão cedo que se misturou com a dor, que se entregou com as fibras do tempo.
Uma das crianças chama insistentemente pela mãe. A mãe olha-a, sem responder a criança diz: mãe tens um olhar bonito
A mãe sorri, beijando-a no rosto respondendo o afecto:
filha tu também és linda e sabes que mais todos nós somos lindos se soubermos aceitar os outros como eles são, se soubermos abraçar os nossos inimigos, se soubermos alimentar a paz, se soubermos afagar as almas dos nossos amigos quando eles choram a tristeza do tempo. Todos nós somos lindos se soubermos olhar os outros sem indiferença. Se soubermos encarar a vida como a vida nos encara.
A criança sem hesitar diz: mãe vês porque é que eu disse que tu és linda
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